25/09/2019
inventa-se uma necessidade de fazer nascer flores aberrantes. as pétalas
devem ser bastante. uma coisa que basta. para não dizerem que somos
sérios ou aventureiras demais. estamos apenas processando. Algo que Pode
Vir a Existir.
então são pétalas estendidas de caules, mas na realidade tudo inventa na
flor uma outra flora, mas na realidade são raízes que se espalham por
todas as direções e, portanto, não são raízes. é assim que queremos,
sempre. parir uma besta. ela acontece dessa maneira: as partes do corpo
se intercambiam, numa desorganização de natureza nervosa e rigorosa,
como pede a física. nada do que não seja da mais alta cientificidade,
aquela para qual os humanos direcionam todos os seus falos(as).
é por esse motivo. uma tendência social. é por essa hazão que esse
monstro há de nascer. e vai Morrer quantas vezes for necessário para que
se torne inegável, comum, kosmopolita. pois hoje, ao meio dia, as
galinhas já mordem o metal que as acolhe, as balas de goma banham
quimicamente as imaginações já sem nenhuma consideração, e todos os
esgotos do mundo, uni-vos!
o cotidiano parece ter encontrado seu primeiro oponente. em todas as
ruas essas flores explodem e, extraindo a virtualidade do solo, vão
crescer assim. explosão consistente. para onde você está olhando? não
queira fugir, queira.
você vai saber quando for tocade por essa delicadeza gritante. mas
podemos te dar a dica: a composição dos tecidos é uma fábrica de
moléculas digitais e concretas, um máquina quase inorgânica. entende? é
simples. é aquilo que se está facilmente descrito pelos sentidos, pela
aparência mais banal. veja: à sua frente o impossível tornado possível.
muito(s) mais absurdo(s).
o propósito? sim, está uma proposta. está uma tentativa de um outro, de
um cangaço pós-humano, um devir pirata cruzando esse mar de ondas
cancerígenas, em (a)naus rizomáticas. tudo pela ética. pela morte
pacífica da paz gLobal. porque não há mais combustível para queimar os
corpos, porque não aguenta-se mais o sacrifício do devir, porque a
bênção do Sujeito (não tem nada de sujo) não encontra mais os recursos
necessários para a instalação de nossos cárceres cerebrais. encontrou-se
a fragmentação máxima, o mundo está, todo, exemplificado. acabou. e por
isso a política quer. a política não tem (que). ela quer: parar de se
direcionar para os Do Mal. queremos que sair da negação, escapar da
ontologia da antítese, inventar uma dialética quadridimensional.
é uma ficção, como sempre tudo foi, onde a Vontade possa nos
trans-fazer-trans, onde possamos nos comer como crianças e nos amar como
pedras, como o Sol ardendo, como as deusas encarnadas na mendiga que alimenta suas crias invisíveis, seus filhos de rua, sujeiras divinas.
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