06/11/2019
vou tentando domar
esse vacilo
sou eu
a vida de um leme amolecido
cruzando marés de concreto
amolado
vou tentado
vou tentando domar
esse barco
de carne amolecida
sou eu
vezes eriçado pelo vento
vezes sem vela distinguível
largado
às
Vezes
às vozes das traças gigantes
prédios empresariais
avenidas esperanças
grandes arquiteturas de pensamento
e vai e vai e é tudo
tudo um grande mar
de cifras?
me animas
e os desejos
ainda mais me lançam
contra muros
de mentira e camas de verdade confortável
boiando
são ilhas de calor
por onde eu passo eu durmo um pouco e sonho
um sonho
onde controlo quase tudo
ou seja
alguma coisa
ou seja
quase nada
e me acordo
e quase nado.
Sarah Brayer, "Quiet Elegance", 1997 |
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